sexta-feira, março 14, 2008

TI Verde: Uma nova forma de lucro e economia sendo ambientalmente correto.

A busca pela sustentabilidade tornou-se mais efetiva quando foi divulgado que o efeito estufa poderia acabar com os recursos naturais e com o bem estar social. Na época, as responsabilidades foram atribuídas as atividades humanas ligadas a queima e ao desmatamento (conversão de áreas de floresta e cerrado para pastos e plantações), que de fato, são as maiores produtoras de CO2.

Não precisou de muito tempo para que cientistas também responsabilizassem as empresas como grandes fontes de emissão CO2 para a atmosfera, “presenteando” os países industrializados como os maiores poluidores da atmosfera.

A questão parecia simples, porém o ambiente não é composto apenas pela atmosfera, muitos impactos ambientais gerados pelo setor provocam a poluição de recursos hídricos, a destruição da biota, a má disposição de resíduos sólidos (lixo) e o desperdício em geral. O que era simples tornou-se complexo e a reversão desse quadro passa a ser exigida da empresa por uma questão legislacional e de mercado.

No caso das empresas de pequeno porte que não produzem impactos ambientais de alta magnitude o que prevalece é se está adequada ou não com as exigências do mercado externo, a fim de aumentar seu prestígio algumas ações são estabelecidas.

As empresas de tecnologia são um exemplo disso. Muitas fazem a adoção da prática chamada TI Verde ou “computação ecologicamente correta”, que seria uma estratégia da empresa em minimizar os impactos de seus produtos no meio ambiente.

As principais ações são: adoção de lixeiras para coleta seletiva, criação de políticas de consumo controlado de papel, disposição final de baterias e cartuchos e até o uso de monitores LCD (que consomem menos energia elétrica), o que podem fazer diferença no balanço final quando se trata de imagem ou mídia.

A questão é clara quando se trata de mídia, é preferível olhar para preservação ambiental como um novo quesito para atender a demanda do mercado consumidor, somente isso e nada mais!

A Google segue essa linha de raciocínio, seu único investimento está relacionado com a emissão de carbono e economia de energia, segundo Bill Weihl chefe da estratégia de energia do Google, a companhia mediu seu completo uso de carbono, incluindo as relacionadas à sua cadeia de fornecedores. O próximo passo será escolher produtos baseados em quanta energia eles gastam.

A Yahoo! também anunciou um plano de se tornar neutra em carbono, que entrou em vigor no final do ano passado. Ela constrói seus próprios data centers e produz partes e peças de acordo com as suas próprias especificações, pediu aos fornecedores que enviem todo o material em embalagem reciclável, além de adotar a prática de não usar ar condicionado para refrigerar o data center em dois terços do ano.

Depois de ser repreendida pelo Greenpeace a Microsoft apresentou o programa de eliminação de embalagens de PVC, está fazendo parcerias com empreendedores como o ex-presidente Bill Clinton e sua Clinton Foundation para descobrir como as maiores cidades do mundo podem reduzir a emissão de gás carbônico e o gás-estufa. Além de outras medidas como a redução de substâncias tóxicas nos seus produtos e adaptação para energia solar.

Será que somente essas atitudes resolvem? E os lixos eletrônicos (e-waste)? A grande problemática desse setor é minimização desses resíduos. A ONU interessada na idéia de TI Verde lançou um projeto STEP que une o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, a Academia Chinesa de Ciências e empresas privadas de TI, como Dell, Microsoft, Phillips e Cisco, com objetivo de encontrar novas formas para diminuir a quantidade de e-waste, e quem sabe até vender esse resíduo tão rico em matéria prima.

Apesar de ser uma novidade no setor, esse tipo de atividade muda os objetivos iniciais, conforme essas empresas percebem que além do benefício à imagem ecologicamente correta ou a um apelo social, a adoção da TI Verde gera mais que prestígio, gera lucro. Para a sua correta efetivação, ainda faltam alguns ajustes onde os programas ambientais devem ocorrer de forma sistemática através de um Sistema de Gestão Ambiental.

A princípio, o investimento feito é caro mais não quer dizer que encareça o produto, segundo João Carlos Redondo, da Itautec, o foco do investimento ambiental é outro, com objetivos para médio e longo prazo. A economia gerada, no entanto, pode ser imediata.

A única e concreta realidade é que a responsabilidade socioambiental é uma ferramenta estratégica para a promoção de qualquer empresa, até porque o objetivo principal de toda empresa é o lucro. Outro questionamento seria investir apenas no que “o mundo anda falando” como a redução de CO2 da atmosfera. As ações tomadas pelas empresas ainda estão muito restritas e fora da realidade ambiental.

Entretanto, pode-se considerar um progresso! Desse modo é possível uma boa participação desse setor para a sustentabilidade ambiental! Considero mais que um passo...


Camila Tenório

Gostei do artigo...

Abraço!


Um comentário:

caike disse...

Interessante mesmo.. sabia que tinha coisa da Camila por trás ;)
O investimento em meios eletrônicos é o que há. E-books, E-mags, comércio de musica no formato digital e outros..